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Mercofrio 2024: Inovações e Responsabilidades no Futuro da Qualidade do Ar e Climatização

Ao longo de três dias, o Centro de Eventos do BarraShoppingSul foi palco de importantes debates envolvendo o segmento de climatização e refrigeração: o Mercofrio 2024, o 14º Congresso Internacional de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação.

Organizado pela Asbrav (Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação), o evento deste ano trouxe o tema central "Futuro do Planeta: Transformações Tecnológicas e Responsabilidades do Universo AVAC-R", reunindo especialistas e profissionais do setor para debater os avanços tecnológicos e as responsabilidades ambientais associadas à indústria.

QAI – Entre os temas apresentados no Mercofrio, a qualidade do ar em ambientes internos e o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) merecem destaque.

A qualidade do ar em ambientes internos tem se tornado um dos principais focos da indústria de sistemas de climatização (HVAC), impulsionada por inovações tecnológicas, procedimentos mais eficientes e estudos avançados. Nos últimos anos, o setor tem desenvolvido novas soluções que não apenas melhoram o conforto térmico, mas também garantem a saúde e o bem-estar dos ocupantes. Com o avanço de normas técnicas rigorosas e a utilização de sensores de alta precisão, filtros de última geração e sistemas de purificação do ar, os profissionais do setor estão transformando a forma como o ar é monitorado e tratado em espaços fechados.

Uma das atrações da programação de atividades do Mercofrio 2024  foi voltada a preocupação com o controle de disseminação de doenças pelas vias áreas em ambientes internos. A palestra realizada por Dennis Knight, presidente da American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers (Ashrae) e Distinguished Lecturer da Ashrae, destacou a Ashrae Standard 241 - Control of Infectious Aerosols, e ressaltou a importância de sistemas de ventilação e filtragem eficientes para garantir a segurança e o bem-estar em ambientes fechados, especialmente em contextos de pandemia.

Outra palestra, “Tendências em Qualidade do Ar Interna”, apresentada por Leonardo Cozac, CEO da Conforlab e presidente da Brasindoor, destacou as atualizações nas normas NBR 17.037 e ISO 16.000-40, mostrando dados preocupantes relacionados a qualidade do ar em ambientes internos no Brasil, em espaços de grande circulação de pessoas, revelando que quase 10% das instalações monitoradas apresentaram níveis de CO2 acima de 1000 ppm, o que é um indicador claro de uma renovação de ar inadequada.  Também abordando o tema, a palestra de Antonio Luís de Campos Mariani (USP) mostrou uma análise de resultados experimentais. O convidado é membro Fellow da Ashrae e coordenador do Laboratório de Qualidade do Ar Interior da USP (LEQAI). Em sua apresentação foram exibidos resultados de medições de parâmetros físicos, como a Temperatura de Bulbo Seco (TBS), Umidade Relativa (UR) e a concentração de particulados (PM10 e PM2,5), correlacionando esses fatores com as condições climáticas externas e níveis de poluentes. Além disso, o estudo incluiu a análise da concentração de fungos, um parâmetro biológico essencial para a saúde em ambientes fechados.

Tecnologia Acessível para a QAI – Já a palestra conduzida por Paolo Tronville, também Ashrae Distinguished Lecturer e especialista internacional em climatização, destacou como sensores pequenos e econômicos podem medir a quantidade de partículas microscópicas, como poeira e poluição, no ar de espaços internos. Esses dispositivos são essenciais para identificar níveis elevados de poluentes e promover ambientes mais saudáveis em escritórios, escolas e residências.

Depois, Alexandre Santos, representante do Conselho Regional dos Técnicos, apresentou uma palestra sobre a importância da implementação do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). Santos detalhou a relevância da portaria 3.523 do Ministério da Saúde, que regulamenta os sistemas de climatização, como HVAC, visando assegurar a qualidade do ar e a eficiência energética. “O PMOC não é apenas uma exigência legal, é uma ferramenta indispensável para garantir ambientes seguros e saudáveis”, destacou.

Por fim, a especialista ambiental Tatiana Costa de Oliveira, reforçou a experiência prática a partir de sua vivência profissional no CEITEC, onde é feito um trabalho de controle da Qualidade do Ar para semicondutores. “Quando falamos em qualidade do ar interior, não podemos pensar apenas em ambientes residenciais. É fundamental considerarmos também as indústrias. A qualidade do ar está presente em todas as áreas, seja no comércio, hospitais, farmácias, consultórios, e, especialmente, no setor industrial. Na indústria de semicondutores há uma exigência extrema de pureza do ar para que não haja qualquer tipo de contaminação que possa interferir na fabricação dos componentes eletrônicos, comprometendo o seu funcionamento, resultando em falhas durante o uso pelo consumidor”, afirmou.





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